É um templo de largas dimensões, com três naves, divididas por duas arcadas de cinco vãos cada uma. É dedicada a Nossa Senhora das Neves.
É sucedânea da Capela de Santa Ana e foi edificada no início do séc. XVII: iniciada em 1613, demorou cerca de vinte anos a construir. Foi reedificada ainda nos fins do séc. XVII e sofreu obras de vulto no séc. XIX e, ao menos por duas vezes, no séc. XX.
A dita Capela de Santa Ana situava-se no espaço hoje ocupado pelos altares da Senhora das Neves e do Senhor dos Passos. Nas recentes obras (iniciadas em 1997), descobriu-se o velho pavimento em granito (o altar da Senhora das Neves era o único que estava assente sobre um pavimento) e, por trás do retábulo, uma pintura popular na parede do fundo – oculta – representando o casamento de Santa Ana e São Joaquim.
As colunas e arcos da igreja, em granito, são simples mas elegantes. O coro alto, antes da última intervenção, apoiava-se sobre arcos frontais de traçado abatido. Agora, para realçar a sua elegância, estão livres. Também os altares são enquadrados por arcos de pedra, de recorte sóbrio, com excepção dos dois dos “ombros”, que têm duas ordens de pilastras e são de frontão curvo, mas interrompido.
A talha dourada dos retábulos é da época do barroco de D. Pedro II (séc. XVII-XVIII), com excepção do da Senhora da Conceição, que é do início do barroco. Nesse, os pedestais das colunas ostentam baixos-relevos de tipo corrente.
A Senhora do Rosário é a imagem mais antiga que existe no interior do templo. Um grande Cristo crucificado ocupava o altar de S. Miguel, sobre o baixo-relevo das Almas. Será o que temos hoje sobre o Sacrário?… No exterior, ao alto da fachada, havia uma imagem da Senhora do Leite, de calcário, e de oficina coimbrã, do séc. XV. Está recolhida no templo; uma réplica ocupa o seu lugar no nicho da fachada. Esta, tal como a torre, é majestosa e elevada.
Do espólio da igreja Matriz sobressai uma Custódia, em prata dourada, com a altura de 88 cm, doada por Agostinho Joaquim Nunes, em 1785. É uma peça de elevada categoria. O contraste é do Porto e as iniciais do fabricante parecem ser AG. Encontrou-se cópia de escritura da sua doação. É relevante também um cálice de prata dourada e cinzelada, com emblemas da Paixão, da segunda metade do séc. XVIII, com o contraste protuense e as iniciais MG.
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